segunda-feira, 26 de junho de 2017

O Fauvismo e alguns coloridos

 Sabemos que o Fauvismo foi o movimento artístico de vida muito curta (entre 1901 e 1906) , porém não menos importante; pois mostra como a COR, elemento importante em qualquer obra, ganhou destaque. "Os fauvistas acreditavam inteiramente na cor como força emocional. Com Matisse e seus amigos Vlaminck e Derain, a cor perdeu as qualidades descritivas e tornou-se luminosa, criando a luz em vez de imitá-la" (BECKETT, Wendy, 1997, História da pintura, editora ática, pág 335).  Percebemos no Fauvismo um uso audacioso da cor, como nunca tinha sido usada, mas apenas sugerido nas obras de Gauguin, que foi um dos artistas que influenciou o movimento, pelo uso vibrante das cores.

Henri Matisse, A Conversação, 1909


Henri Matisse, Madame Matisse, Retrato da risca verde, 1905

 A cor como elemento é importante e não deve ser desconsiderada. Alguns desenhistas jovens apresentam uma certa resistência em usá-la. Não é o caso de Raíssa.
 Os desenhos de Raíssa (#Realidade) são personagens que ela mesma cria, no estilo Mangá. Normalmente personagens femininas que apresentam uma grande força de expressão e um colorido bem suave que ajuda na criação do volume.


Note como a cor acrescentou nos personagens de Raíssa suavidade, em contraste com os desenhos que não foram coloridos:



 Não é como o colorido de Elisa, que é uniforme e chapado. Não menos criativo que os desenhos de Raíssa, Elisa faz um desenho de personagem bem ingênuo e simples.


Falando em personagens, Bianca é uma aluna super especial. Muito criativa, ela cria personagens roqueiras bem inovadora em seu mundo de fantasias. Elas seguem um padrão, mas cada uma com sua especificidade. Veja como a cor ajuda na criação da personalidade de cada personagem.



 Bianca é uma aluna bem talentosa, suas personagens dariam histórias bem interessantes!
 Parabéns meninas talentosas!!!


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Letras

As Letras na Arte

  Sabemos que as letras surgiram a partir dos desenhos. Antes do homem se comunicar através da escrita com letras como temos hoje, ele se comunicava através do desenho. Os hieróglifos egípcios ilustram bem esta afirmativa.
  No afresco de mais ou menos 1350 a.C. os hieróglifos que aparecem sobre o homem calvo representam o que este "personagem" está dizendo ou pensando: "Enquanto sobreviver o Grande Deus que está no céu, esta pedra se encontra na posição correta!" (FARTHING, Stephen, Tudo Sobre a Arte, págs. 30 e 31). Podemos assim considerar que as pinturas egípcias são precursores das histórias em quadrinhos, por misturar dizeres aos desenhos.


(Afresco, British Museum, Londres, Reino Unido)


  Na Idade Média, os monges, missionários da Escócia, da Europa Nórtica, eram grandes desenhistas de letras. Seus manuscritos bíblicos estão repletos de letras cuidadosamente decoradas com minúsculos desenhos, volutas, animais, santos, anjos, etc. De forma simbólica eles decoravam as letras que iniciavam os capítulos (as letras capitulares) ou faziam, também, monogramas. As letras capitulares eram assim desenhadas para marcarem com facilidade os capítulos dos livros manuscritos. 

(Página do monograma, fólio 34 recto manuscrito em velino. Trinity College, Dublin, Irlanda)


 Se as letras surgiram a partir do desenho, hoje elas servem de inspiração para muitas pinturas e desenhos, e mais do que isto, hoje estamos rodeados por desenhos ou tipos de letras (fontes) que estão presentes nas propagandas e produtos ( em rótulos, logotipos, cartazes, folders, cartões de visita, etc.), ou seja, são muito usadas nas artes gráficas. O desenho de letras é, ainda, bastante usado na arte urbana, nos grafites espalhados pela cidade. Os grafiteiros adoram usar letras e as desenham e decoram com muita criatividade!

(Grafite no metrô de Nova York, EUA)


As letras são, então, fonte inspiradora para desenhos bem criativos como de Paulino e Pedro Henrique. Veja no desenho de Pedro Henrique como ele se diverte espalhando P(s) por todo lado. Quantos você pode contar?

(Paulino, 2016)


(Pedro Henrique, 2016)


 Já os desenhos de Danielle e Bruno foram inspirados nas letras capitulares das Iluminuras, como eram chamadas as artes dos manuscrito bíblicos. 
 Um D bem feminino e um B bem masculino! Veja como as letras desenhadas podem expressar, nos dizendo algo sobre quem as desenha! 
(Danielle, 2016)

(Bruno, 2016)









sábado, 26 de março de 2016

Isto eu também faço?

 Jackson Pollock

O famoso "artista do respingar tinta". Quando nos deparamos com a obra de Pollock, normalmente o comentário que se faz é: Isto eu também faço. Porém, embora pareça que o artista simplesmente respingou ou atirou a tinta na tela de maneira fortuita, ele garantia que não era bem assim. Pollock afirmava que tudo em suas obras era bem planejado e nada estava ali por acaso. É muito fácil afirmar e pensar: Ah! Isto eu também faço. Por que estas obras valem tanto? Vamos analisar, então, esta questão. Primeiro, o artista Jackson Pollock tem o mérito de ter sido o primeiro artista a utilizar este estilo de arte em suas obras: O Action Painting, ou seja, "pintura de ação" ou Expressionismo Abstrato, como este estilo foi denominado posteriormente, por levar em conta a ação gestual do artista. Na obra abaixo (Ritmo de Outono), por exemplo, Pollock usa cores que evocam o outono, num ritmo alucinante, ele cria estes respingos sugerindo uma tempestade outonal, árvores que balançam e deixam suas folhas pelo chão.


Ritmo de Outono, 1950
 
Já em Mastros Azuis: Número 11, ele sugere com seus respingos oito grandes mastros azuis que balançam em movimento frenético fazendo-nos imaginar embarcações de uma frota que se movimenta em nossa direção.


Mastros Azuis: Número 11, 1952
 
 
Outros artistas depois dele usaram a Action Painting com outras propostas. Ou seja, pegaram o "gancho" com o famoso artista mas sob uma ideia diferente. Como Willem de Kooning com pinceladas mais largas e soltas na criação de suas famosas mulheres.
 
 
 


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A arte de compor

Composição

  Composição em artes plásticas assim como na música é um grande desafio. Compor não é uma tarefa fácil, os artistas são artistas por conseguirem com certa facilidade realizá-la. Para compor uma música é necessário saber com profundidade os elementos que a integram. Assim também é  nas artes plásticas ou artes visuais. Saber usar os elementos de maneira que formem uma imagem harmoniosa e que expresse algo vivenciado pelo autor da obra é a grande habilidade que faz do artista um grande artista.
  Há na composição plástica os elementos estruturais e os elementos intelectuais. Os elementos estruturais são aqueles que formarão a imagem, são eles: o ponto, a linha, a forma, a cor, a textura, o volume, etc. e os elementos intelectuais são as relações estabelecidas entre os elementos estruturais e que ajudarão naquilo que se quer expressar, são eles: o equilíbrio, o ritmo, o movimento e a unidade. Em uma obra estes elementos se misturam, podendo haver um ou mais elementos estruturais e uma ou mais relações intelectuais entre eles que se destaque mais na obra.
   Confira no vídeo:



Vamos analisar alguns desenhos de alunos talentosos:



Neste desenho de Pablo, ele usou caneta esferográfica num desenho totalmente despretencioso, pois foi desenhando sem se preocupar muito, usando apenas sua intuição. Daí surgiram imagens bem interessantes. O uso da linha poligonal ajuda a expressar uma certa agressividade que é atenuada com as linhas curvas. A composição usada, portanto, é centralizada na folha, apresenta bastante movimento conseguido com as linhas curvas e diagonais e  ritmo com os pontos triangulares. Parabéns!



Neste desenho de Rafaela, foi usada uma linha horizontal que dá amplitude ao desenho e enfatiza a força e imponência do castelo que é conseguido com várias linhas verticais. Ela conseguiu uma composição interessante ao posicionar o castelo acima da metade da folha e abaixo deixar sua imaginação "correr" com alguns acontecimentos fora do castelo: uma carruagem que se aproxima sobre a ponte elevadiça, vassalos com suas criações, um enforcado e ao que parece, um cavalo de Troia, peixes e barcos. No castelo, alguns detalhes interessantes: a princesa que olha pela janela, os pequenos e o grande canhão mostrando a fortaleza do castelo, muito legal!!


No desenho de Stefany Vitória,  a interpretação visual de uma música foi sua inspiração. Então, em sua composição, ela centraliza o quê é a ideia principal da música e posiciona os outros elementos figuras humanas e pedaços da letra da música de forma dispersa, mas ela consegue criar unidade no desenho com o tratamento colorido em preto envolvendo as figuras. Boa solução! Ficou ótimo!


No desenho de Paulino, que apresenta um título, parece ser a ilustração de uma capa de revista. O desenho da figura de um homem com suas espadas (bem agressivas) em primeiro plano, e portanto, maior, reforça a ideia de deus e a sua agressividade, a intenção da guerra. Ele vai de encontro a uma fortaleza, e suas armas revelam sua intenção, esta ideia é conseguida ao se colocar o gigante em posição lateral da folha com seu olhar voltado para a outra extremidade da folha numa composição diagonal. A agressividade da cena é atenuada pelas linhas suaves das nuvens.

Todos foram desenhos livres, ou seja, com a proposta de estarem livres para imaginarem o que quisessem em seus desenhos.



Composição na fotografia

  Para se tirar uma foto, além da habilidade em lidar com os recursos da máquina, o fotógrafo será um grande fotógrafo se souber compor bem a sua imagem. Usar ângulos ousados ou que ajudem naquilo que quer expressar.

Vejam esta foto incrível de Ricardo Duarte. A foto não seria nada se não fosse a imagem do rapaz no skate, que é na verdade o seu motivo principal. Ele não foi posicionado no centro mas no lado superior direito fazendo com que nosso olhar percorra de uma ponta à outra da foto e é o que dá movimento à imagem. A escada além de ritmo contribui para mostrar o percurso do rapaz.




Já nesta outra foto a criança com sua espontaneidade ocupa quase todo o espaço, pois é aquilo que o fotógrafo quis mostrar, a beleza da ingenuidade de uma criança e sua alegria espontânea. O contraste com o fundo mais escuro e de linhas retas contribui ainda mais para realçar a gargalhada da criança.
Parabéns! Ficou ótima.



segunda-feira, 29 de junho de 2015

Mangá

Mangá, paixão de jovens artistas

A paixão pela cultura japonesa começa em muitos jovens através do contato com os mangás (quadrinhos japoneses) e animes (desenhos animados). Os jovens citam a integridade de valores como um dos atrativos, não só dos mangás, como da cultura japonesa em geral. Mas o sucesso da cultura japonesa nos outros países se deu por causa de um pesado investimento pelo Japão na indústria do entretenimento visando a exportação. E o resultado é esta febre, no Brasil e em vários países, pela arte da cultura japonesa.
Isadora B., aluna do 3º ano do 2º ciclo (antiga 5ª série) demonstra seu talento e interesse pelos quadrinhos japoneses.



quarta-feira, 24 de junho de 2015

"Tudo começa num ponto" Kandinsky

Wassaly Kandinsky

O mestre do abstracionismo, a Kandinsky (1866 - 1944)  se atribuiu a pintura do primeiro quadro abstrato em 1910, pois foi quem descobriu que a "necessidade interior", única capaz de inspirar a verdadeira arte, o obrigava a deixar para trás a imagem representacional (W Beckett). Ou seja, a abstração vem de uma representação de algo interior, transcendente, longe de uma imagem que represente algo da natureza. Para isto os artistas se valem dos elementos visuais. O ponto, a linha, a forma, a cor, a textura, são os elementos mais usados. Como disse Kandinsky: "Tudo começa num ponto", e estes elementos são usados pelo artista para provocar determinadas sensações no espectador.


Quadro com Pontas, 1919

Improvisação 11, 1910

Kandinsky tem em suas obras influências da arte popular de seu povo russo do norte da Sibéria 

 Roca de fiar

 Roca de fiar do séc XIX


A linha, o segundo elemento das artes visuais,  é usada nos desenhos figurativos de Emanuel, aluno que se dispôs a representar objetos cujas linhas de contorno e alguns detalhes chamaram-lhe a atenção.





Agora, assista  este vídeo que inicia de forma básica os conceitos de elementos visuais, ou seja do alfabeto visual.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Grafite - Arte Urbana

  O grafite surge no fim da década de 60 e início da década de 70, na Filadélfia quando Cornbread e Cool Earl começam a pintar suas marcas. Assim surge a arte urbana que inclui cartazes colados por artistas, sticks, etc. O grafite ganhou notoriedade quando as "marcas" evoluíram para peças ou obras primas com grafiteiros como Taki183 e Stan153. Em 1977 Basquiat dá início ao seu projeto SAMO (Same Old Shit - A Mesma Porcaria de Sempre) com pinturas com tinta spray nas paredes dos prédios de Manhattan. Outro artista importante é Keith Haring. A arte urbana de Haring se caracteriza por contornos sólidos, mínima expressão gráfica e personagens com movimentos simples, suas mensagens são sociais como no seu conhecido mural "Crack é uma droga" (1986).

Keith Haring - Crack é Uma Droga (1986)
                                       

  A escrita, raramente encontrada nas obras de Haring tem, nesta obra, a função de enfatizar a mensagem que ele queria transmitir. As imagens reforçam o que ele quer expressar. O x marcado nas figuras humanas é a marca da morte que alucinadas dançam freneticamente, o dinheiro é consumido e monstros rondam e fazem parte da droga do crack. É um alerta para a juventude, exposta numa quadra de handbol, Rua 128 e Segunda Avenida em Nova York, EUA.

 Outras técnicas vão surgindo como o uso do estêncil. Bansky usa estêncil no Mural grafitando com estêncil de um trabalhador removendo pinturas rupestres pré-históricas (2008) Mural em Lake Street, Londres, Reino Unido. Muito interessante a analogia do grafite com arte pré-histórica!

Bansky - Mural em Lake Street

(Fonte: Tudo Sobre Arte - Os Movimentos e Obras Mais Importantes de Todos os Tempos - FARTHING, Stephen - Ed. Sextante)

  O grafite permanece no gosto dos jovens pois é uma arte muito próxima, fácil de ser visto nos grandes centros urbanos. 

Petterson(31D-2014, grafite feito no papel com colagem

                             
  Petterson reproduz o spray, símbolo do grafite, como alguém que quer denunciar, inconformado com situações sociais injustas ou "irado" com tais situações e a bola de handbol tão popular nos EUA.
 É isto aí, vamos denunciar com arte!